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sábado, 23 de maio de 2015

Três PMs são condenados a 96 anos de prisão por afogamento de jovem

Do G1 PE
O sargento Aldênis Carneiro da Silva e os soldados José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva foram condenados por homicídio triplamente qualificado -- sem chance de defesa à vítima, por motivo fútil e por meio cruel. O PM Irandir Antônio da Silva foi absolvido, depois de pedido do Ministério Público de Pernambuco. O promotor André Rabelo entendeu que o policial estava longe do rio, dentro do carro, e por isso não participou do crime.
Os três PMs foram condenados pela morte de Diogo Rosendo Pereira, 15 anos, e por outras nove tentativas de homicídio -- oito dos sobreviventes prestaram depoimento no primeiro dia de júri. A defesa dos soldados informou que vai recorrer da sentença. Os réus vão aguardar a tramitação do recurso em liberdade.
O quinto PM que seria julgado por esse crime, o tenente Sebastião Antônio Félix, conseguiu o desmembramento de seu caso e será julgado em 14 de julho. Ele era o superior da equipe no dia do homicídio. Outros três PMs envolvidos com o crime ainda serão julgados pela morte de um segundo adolescente, mas não há previsão para marcação desse júri.
Entenda o caso
De acordo com o processo, em 28 de fevereiro de 2006, quando policiais militares procuravam por jovens que estavam fazendo arrastões no Recife, os PMs teriam obrigado 17 adolescentes a atravessar a nado o Rio Capibaribe, ameaçando-os com revólveres, a partir da Ponte Joaquim Cardozo, na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife. Por não saberem nadar, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, morrreram afogados. Das 17 vítimas, 11 sobreviveram e outras quatro não foram identificadas.

Na quarta-feira (20), foram ouvidas 12 pessoas: os quatro réus e oito das vítimas. Foram nove horas de interrogatórios. No segundo dia, o julgamento entrou na fase de debate entre a acusação e a defesa -- a fala da promotoria abriu o dia e, após o almoço, foi a vez dos advogados. Depois, aconteceu a réplica do MPPE, seguida pela tréplica da defesa. A sessão foi encerrada por volta das 21h. Foi nesse dia que o promotor André Rabelo pediu a absolvição de um dos réus. O último dia do julgamento ocorreu nesta sexta, quando o juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti fez a leitura da sentença com as condenações.

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