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terça-feira, 15 de julho de 2014

O fim do bem estar e a volta do bom senso !

O sonho acabou e a realidade voltou. A copa do mundo no Brasil até o jogo da nossa seleção com a Alemanhã foi um espetáculo. Trouxe para o Brasil e para o povo brasileiro uma estranha sensação de “bem estar”, de trégua em todos os setores das nossas vidas.
Todos, sem exceção, alteramos o nosso comportamento. Suportamos o vizinho chato, relevamos os problemas profissionais, adiamos decisões importantes (todas para depois da Copa). Até a queda da Presidente nas pesquisas parou, estacionou. Por um tempo definido, foi concedida uma “licença poética” aos problemas com a corrupção, saúde, segurança e educação. O povo brasileiro, como em um pacto nacional por adesão espontânea, deixou de contestar e de exigir direitos.
O brasileiro, abertamente, optou por envidar esforços para fazer a “Copa das Copas”. Esbanjamos receptividade, calor humano e simpatia, tal qual o brasileiro é em sua essência. Nos misturamos com todos os nossos visitantes, e eles se misturaram conosco, como nunca havíamos feito. Recebemos todos os povos de modo tão especial e caloroso, que o planeta reconheceu tudo o que Brasil tem de positivo. Enfim, o comportamento do povo brasileiro proporcionou que o Brasil saísse fortalecido desse mundial.
Como em um passe de mágica, a eliminação vexatória da equipe brasileira, de alguma forma nivelou o futebol à política, à saúde, educação e segurança. Esse maravilhoso clima construído, essa sensação de “bem estar”, que gerou uma “licença poética” aos problemas crônicos da nossa nação e favorecia o continuísmo, acabou.
 Como pode um acontecimento tão distante dos maiores problemas do Brasil (a derrota da Seleção) impactar tão decisivamente no resultado da nossa principal missão em 2014: Eleger nosso novo presidente?
Está na hora de acordar do sonho. Nosso país precisa capitalizar os ganhos da copa do mundo, a exposição positiva, e buscar medidas internas que nos possibilitem aproveitar esse momento. A Copa acabou e as visitas foram embora, encantadas com o nosso povo e com o nosso país. Podemos então voltar nossos olhos para o bom senso, para hospitais inacabados, para um aumento anual de gastos com o legislativo e executivo (Federais, Estaduais e Municipais), e para a redução de gastos dos governos com educação, saúde e segurança.
O Governo Dilma encerra a Copa no seu momento mais frágil: economia estagnada e a inflação mais alta do seu mandato. O Desembargador Pedro Valls Feu Rosa afirmou que a “corrupção no Brasil suga dos cofres públicos, anualmente, o equivalente a 1,35% do PIB, o que representa também o orçamento de sete ministérios”. A boa notícia é que vemos uma movimentação que se insurge contra a corrupção e a imoralidade do trato da coisa pública. Todos querem mudar esse cenário.
Pairam as seguintes dúvidas: o vexame do 7 a 1 para a Alemanhã é maior do que o vexame do mensalão? Qual produzirá maiores prejuízos para a população? Essa derrota traz um choque de realidade? Porque o mensalão, o caso da Petrobrás e superfaturamento com os gastos da Copa não podem gerar o mesmo choque?
Somos derrotados todos os dias e nada muda. A derrota escancarou a realidade. A vitória poderia dar a falsa impressão de que o continuísmo seria o melhor caminho. Temos um campeonato muito mais importante para “disputar” em outubro de 2014. Esse, de fato, mudará a vida de todos os brasileiros.

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