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domingo, 11 de novembro de 2018

Análise: Reforma da Previdência x Carreira Pública.

  Segundo especialista
Dentre os diversos desafios que deverão ser enfrentados pelo novo governo e pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e que podem afetar, direta ou indiretamente, o funcionalismo público, um dos mais polêmicos diz respeito à Reforma da Previdência. O tema tem gerado incerteza e questionamentos não somente entre quem pretende ingressar no funcionalismo, mas também por quem já atua na área.
Na última semana, uma nova perspectiva sobre as possíveis mudanças veio à público, uma vez que a equipe do novo governo recebeu uma proposta de reforma previdenciária elaborada por uma equipe capitaneada pelo economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que destoa em diversos pontos do atual modelo e também da proposta apresentada pelo governo Temer ao Congresso Nacional. O principal ponto do novo modelo apresentado à equipe do presidente eleito é a aposentadoria universal aos 65 anos, mesmo para quem não contribuiu com a previdência, recebendo 70% do salário mínimo. 
De acordo com o procurador federal, professor do Núcleo de Estudos Alessandro Ferraz (NEAF) e coordenador de cursos de pós-graduação em direito Previdenciário da Rede LFG/Universidade Anhanguera-Uniderp, Hermes Arrais Alencar, independente do governo eleito, a necessidade de realização de ajustes na previdência deve ser considerada como um fato. Mas ressalta que, a despeito da reforma que venha efetivamente a ocorrer, não deverá diminuir o interesse por parte de quem pretende ingressar no funcionalismo público. Inclusive, aconselha que os candidatos de concursos públicos não desanimem dos estudos, em decorrência de uma eventual possibilidade de mudanças na estabilidade do servidor.
Segundo ele, que também é Mestre em Direito Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Magistratura e em Direito Tributário pelo Centro de Extensão Universitária de São Paulo, além de autor de diversos livros, a verdadeira polêmica reside na real profundidade desta reforma e quais medidas serão apresentadas para ajustá-la à realidade brasileira. “Merece registro que a proposta de emenda à constituição (PEC) 287/2017, que trata da reforma da previdência encaminhada ao Congresso Nacional pelo atual presidente Michel Temer, naufragou em decorrência do decreto de intervenção federal na segurança pública no estado do Rio de Janeiro, assinado em 16 de fevereiro deste ano, aprovado pelo Congresso Nacional com validade até dezembro”, diz. Segundo ele, durante a intervenção militar, a Constituição Federal não pode ser alterada, o que fez com que a votação da PEC 287/2017 da reforma da previdência tenha ficado sobrestada até o término da intervenção. “Resta agora saber se o novo governo irá, em janeiro de 2019, editar novo decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. Caso isso não aconteça, haverá campo para a reforma”, diz. “A fase atual do governo eleito é a da obtenção de dados reais acerca da situação do estado brasileiro, de modo que ainda é prematuro afirmar se esta ou aquela alteração sugerida pelos diversos técnicos será encampada no texto final de proposta de emenda à constituição”, explica.

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